
Conteúdos Pragmáticos II
Aqui foram colocados todos os conteúdos abordados durante o 2.º Período.
Vulcanismo
Como já foi estudado anteriormente, os vulcões formam-se em zonas de limites, podendo estes ser limites convergentes, divergentes ou conservativos. O Vulcanismo é a expelição de material magmático pelo vulcão. Este vulcanismo pode ser Primário, quando existe a probabilidade de erupções vulcânicas ou, então, Secundário, quando já não há a possibilidade do vulcão entrar em erupção. Estes vulcões são criados devido à subida do magma da Astenosfera devido às correntes de convecção por fracturas existentes na Litosfera. Depois criam-se colunas de magma que chegam até à superfície, onde o material magmático será expelido e depois consolidado à volta da cratera, formando, assim, o cone vulcânico. Este material pode ser lava ou piroclastos, havendo sempre a libertação de gases.
Curiosidade: O supervulcão mais perigoso do mundo, caso entre em erupção, é o Vulcão Yellowstone, localizado no estado de Wyoming, Estados Unidos da América (USA).
Vulcanismo Primário
Como já foi referido, o vulcanismo primário é caracterizado por poderem ocorrer erupções. Estas erupções podem ser Fissurais ou, então, Centrais.


No Vulcanismo Central, ocorre a formação de um aparelho vulcânico constituído pela Câmara magmática, Chaminé Vulcânica, Cratera e Cone vulcânico. Alguns vulcões ainda têm a particularidade de se poder formar uma Chaminé Secundária e um Cone Secundário.
Pelo contrário, o Vulcanismo Fissural ocorre em longas fracturas existentes na Litosfera. Um exemplo dessas fracturas são os riftes.
Tipos de lava
A lava é um dos principais materiais expelidos por certos vulcões. A lava é caracterizada por ser um magma com uma percentagem de gases menores e com uma pouca alteração química devido ao contacto com as rochas encaixantes. Esta lava possui três categorias: Lava Fluida, Lava de Viscosidade Intermédia ou Lava Viscosa.
Lava Fluída

A Lava Fluída é característica de erupções efusivas. Esta lava possui:
- Uma quantidade baixa de Sílica (Si), com Si < 52%
- Um baixo teor em gases
- Uma temperatura aproximada de 1500ºC
Este tipo de erupção costuma formar um fenómeno incrível, denominado rio de lava.
Lava de Viscosidade Intermédia
Este tipo de lava, viscosidade intermédia, é característica de erupções mistas. Esta lava possui:
- Uma quantidade intermédia de Sílica (Si), com 52% < Si < 65%
- Um teor em gases intermédio
- Uma temperatura entre os 800ºC e os 1500ºC, aproximadamente 1150ºC
Lava Viscosa
Esta lava é característica de de erupções explosivas. Esta possui:
- Uma quantidade elevada de Sílica (Si), com Si > 65%
- Um teor de gases elevado
- Uma temperatura de 800ºC
Tipos de Erupção
Como foi possível perceber anteriormente, existem três tipos de lava, correspondendo cada uma a um tipo de erupção diferente. Estes três tipos de erupção são a erupção efusiva, mista e explosiva.
Erupção Efusiva

Este tipo de erupção é característica de:
- Haver uma grande libertação de lavas fluídas
- Ocorrer a libertação de grandes quantidades de gases
- Formar grandes e extensos rios de lava
Este tipo de erupção é alimentado por um magma de elevadas profundidades, nomeadamente, do manto.
Erupção Mista

Neste tipo de erupção, ao contrário do que acontece nos outros tipos de erupção, existe:
- Libertação de Lavas de Viscosidade Intermédia, intervalada com explosões, ocorrendo, assim, libertação de piroclastos.
- Libertação de gases
Este tipo de erupção é alimentado por magma de profundidades intermédias.
Erupção Explosiva

Este tipo de erupção é caracterizado por ocorrerem:
- Explosões violentas, com grandes libertações de piroclastos
- Formação de nuvens ardentes
Este tipo de erupção é alimentado por uma magma de baixas profundidades.
Piroclastos
Piroclastos são materiais rochosos sólidos expelidos por um vulcão de várias dimensões. Este tipo de material magmático é somente expelido em erupções explosivas e mistas, no entanto onde este tipo de material é mais libertado é nas erupções explosivas.
Este tipo de material pode possuir diversos tamanho, podendo este ser Cinzas<Lapilli<Bombas<Blocos Vulcânicos :

Vulcanismo Secundário
Depois de erupções violentas protagonizadas pelos vulcões, a câmara magmática esvazia-se, fazendo com que já não haja mais expelimento de material magmático pela cratera. Quando isto acontece, outro tipo de vulcanismo começa a actuar, vulcanismo secundário. Este tipo de vulcanismo ocorre de uma forma menos espectacular e violenta, sendo caracterizado, geralmente, pela libertação de gases e/ou águas a temperaturas elevadas.
Formas de Vulcanismo Secundário
Géiseres

Os Géiseres são emissões descontínuas de água e de vapor de água através de fissuras. A água, sujeita a uma pressão que impede a sua ebulição, ascende até reservatórios subterrâneos. No entanto, como já foi estudado, com o aumento da profundidade, a temperatura e a pressão também aumenta, fazendo com que parte da água acumulada no subsolo, se transforme em vapor de água. Com o aumento da profundidade, a pressão exercida nos gases, nomeadamente, vapor de água, aumentará, fazendo com que este ascenda e arraste consigo grande parte da água sobreaquecida, sendo depois expelida pelas fractura, como foi referido anteriormente.
Fumarolas
As fumarolas são emissão de gases. No entanto, esta expelição de gases pode ocorrer de diferentes formas:
- Sulfataras, quando os gases emitidos são ricos em enxofre
- Mofetas, quando os gases emitidos são tóxicos, possuindo gases como dióxido de carbono e monóxido de carbono.


Caldeiras
As caldeiras são mais uma forma de vulcanismo secundário. Estas ocorrem depois do vulcão extinto e de forma bastante emocionante. Quando ocorre o esvaziamento parcial ou total do magma na câmara magmática, o aparelho vulcânico torna-se instável, fazendo com que o cone vulcânico seja abatido. Devido a este abatimento, pode haver, momentos mais tarde, a retenção de águas pluviais, vinda das chuvas, acabando por se formarem lindas lagoas.
Todas estas caldeiras, por definição, possuem 1 quilometro de diâmetro.

Nascentes Termais

As nascentes termais são nada mais nada menos do que fontes de libertação de águas quentes, ricas em sais minerais
Mecanismo de prevenção e de previsão da actividade sísmica
Hoje em dia, devido ao avanço constante da tecnologia, é possível prever e prevenir alguns riscos das actividades vulcânicas.
Mecanismos de previsão
Alguns mecanismos de previsão para as erupções vulcânicas são:
- Levantamento da história eruptiva dos vulcões com o objectivo de estabelecer um padrão de ritmo
- Monitorização da natureza das emanações gasosas nas fumarolas
- Verificação de deformação da crusta que permitem inferir da deslocação do magma em regiões subjacentes
Mecanismos de Prevenção
Os mecanismos de prevenção são distintos dos mecanismos de previsão. Esta prevenção varia de tipo de erupção para tipo de erupção.
Alguns mecanismos de prevenção para as erupções efusivas são:
- Restrição dos pontos de emissão de lava bem como os trajectos possíveis das escoadas
- Condicionamento do avanço das escoadas
Alguns mecanismos de prevenção para as erupções mistas são:
- Evacuação da população
- Uso de capacetes
- Uso de óculos de protecção e de máscaras de filtração
Alguns métodos de prevenção das erupções explosivas são:
- Evacuação de população
- Uso de máscaras de filtração
Vulcanismo Interplaca
A distribuição global do vulcanismo está intimamente relacionada com a tectónica de placas. Com efeito, a maior parte da actividade vulcânica concentra-se ao longo das zonas de fronteira de placas. A observação da concentração de vulcões segundo alinhamentos bem definidos foi um dos dados que permitiram concluir sobre a existência de zonas principais de fractura na litosfera. É aí que se manifesta grande parte da instabilidade geológica, nomeadamente através do vulcanismo. As referidas faixas correspondem às seguintes regiões:
• o Anel de Fogo do Pacífico, nas margens deste oceano, associado a fossas oceânicas, tanto em domínio oceânico (Japão e Filipinas, por exemplo), como no continente (por exemplo, nos Andes);
• o eixo mediterrânico e o seu prolongamento pela Ásia;
• a região do Grande Vale de Rifte do Leste Africano;
• as extensas dorsais oceânicas, responsáveis por erupções submarinas.
Nos limites divergentes de placas, o vulcanismo nas dorsais assume um carácter predominantemente fissural, consistindo em erupções de lavas básicas, ao longo dos riftes. Os basaltos daí resultantes acumulam-se, sucessivamente, contribuindo para formar o relevo que constitui a dorsal. São essas rochas que formam os fundos oceânicos, mesmo em zonas mais afastadas do rifte, em consequência da expansão lateral da litosfera (mecanismo fundamental da tectónica de placas).
Nos limites convergentes de placas, o vulcanismo é alimentado pela destruição da placa oceânica que, por subdução, se afunda na astenosfera. Os magmas que se formam são relativamente ricos em vapor de água (devido à fusão das rochas oceânicas) e em sílica, o que os torna viscosos e com grande fracção gasosa. Nestes limites, as erupções tendem a ser do tipo explosivo. O vulcanismo característico das zonas de subdução é responsável pela formação de relevos que se dispõem paralelamente às fossas. Quando esses vulcões crescem sobre um fundo oceânico, ao emergirem, originam ilhas. Assim se formaram os arquipélagos do Anel de Fogo do Pacífico. Se o vulcanismo ocorre na margem de um continente, devido a uma subdução litosfera oceânica/litosfera continental, desenvolve-se uma cadeia montanhosa, como a dos Andes.
Vulcanismo Intraplaca
Uma pequena parte do vulcanismo terrestre tem uma origem que não se relaciona com a dinâmica tectónica própria das zonas interplacas. A explicação que é hoje aceite para este facto é a existência de colunas ascendentes de magma, provenientes do manto e capazes de atravessar a litosfera - pontos quentes. A posição fixa destes pontos quentes (hot spots), durante milhões de anos, contrasta com a mobilidade das placas tectónicas.Se uma dada placa é muito móvel, como é o caso da pacífica, tende a formar-se uma série de vulcões alinhados, tanto mais jovens e activos quanto mais próximos do ponto quente que lhes deu origem.
Se, pelo contrário, o ponto quente está localizado numa placa pouco móvel, os produtos da actividade vulcânica tendem a acumular-se à sua volta, originando grandes vulcões isolados.
Sismos
Os sismos, enquanto fenómenos naturais, reflectem, à superfície, a intensa dinâmica interna da Terra. Poderão até ser encarados positivamente, por representarem libertações fraccionadas de energia que, se não acontecessem, resultariam numa acumulação insustentável, capaz de provocar uma catástrofe à escala global. Mas a verdade é que, mesmo assim, os sismos causam milhares de mortos por ano, pelo que se justifica o esforço dos especialistas com vista à minimização do risco sísmico.
Os sismos, ou tremores de terra, são movimentos vibratórios com origem nas camadas superiores da Terra, provocados pela libertação de energia. Todos estes fenómenos são estudados pela Sismologia, ramo das ciências que se encarrega no estudo dos sismos.
Como anteriormente já foi estudado, a superfície da Terra está dividida e fracturada em diversas placas rígidas, que se movimentam devido às correntes magmáticas, denominadas placas tectónicas ou litosféricas. Algumas destas afastam-se entre si, outras convergem e outras até possuem um movimento lateral uma em relação às outras, e é exactamente nestes limites, onde vai ocorrer a maior parte dos sismos, onde, devido a ocorrem nos limites de placas, são denominados sismos tectónicos. Neste limites vai ocorrer uma acumulação imensa de energia, denominada tensão, que, mais tarde, quando as rochas atingirem o seu limite de elasticidade e de acumulação de energia, deformam ou fracturam, provocando a libertação de energia. Todo este processo é explicado na teoria do ressalto elástico.
Ressalto Elástico
Como já foi referido, os blocos rochosos sofrem tensões imensas, fazendo com que acumulem imensa energia. Consequências directas dessas acumulações exageradas de energia é a deformação dos blocos rochosos. No entanto, todos esses blocos rochosos possuem um limite de elasticidade e de acumulação de energia. Ao ser ultrapassado este dois limites, o bloco rochoso irá fracturar, fazendo com que toda a energia acumulada até então, seja dissipada. Toda esta energia, depois de libertada, será propagada através de ondas sísmicas que, ao atingirem a superfície terrestre, transfere parte da energia aos materiais, fazendo com que ocorra movimentos vibratórios.
Todos estes sismos, são precedidos de abalos premonitórios e sucedidos de réplicas, onde ambos são sismos menores.
Nestes sismos, caso se continuem a ser aplicadas tensões aos blocos rochosos, então quer dizer que se formou umas falha activa. Estas falhas são estruturas geológicas que resultam da fractura de rochas com formação de blocos que se deslocam uns em relação aos outros.
Estes sismos ainda podem ser formados, não só devido a placas tectónicas, como a vulcões ou a sismos secundários:
Sismos vulcânicos são sismos associados a fenómenos eruptivos, tais como a movimentação de magma ou a explosão do aparelho vulcânico.
Sismos secundários são sismos que ocorrem devido a acontecimentos geológicos locais, tais como o abatimento natural de grutas ou o desprendimento de blocos.

Caracterização de um sismo
Um sismo tem diversos pontos característicos:
- Foco - Local no interior da geosfera onde ocorre a libertação de energia sísmica
- Epicentro - Local à superfície da Terra, situado na vertical do foco onde a a violência é máxima
- Distância focal - Distância entre o foco e o epicentro
- Isossistas - Linha imaginária que separa duas zonas de intensidade sísmica diferente e sucessiva

Num sismo, a energia dispersa-se, a partir do foco, em todas as direcções e sentidos, obrigando a que as partículas que constituem o material rochoso vibrem, provocando vibrações nas partículas que lhe seguem, originando ondas sísmicas. Estas ondas sísmicas, ao contactarem com a superfície na vertical do foco, vão formar um epicentro, onde ocorrerá a maior destruição. No caso da Terra, como não é uma superfície homogénea, constituída toda pelo mesmo material, o trajecto das ondas sísmicas será curvilíneo.
Ondas Sísmicas
As ondas sísmicas, como foi referido anteriormente, partem do foco sísmico, podendo ser caracterizadas em quatro tipos, sendo duas delas ondas internas, ondas com origem no foco que se propagam no interior da Terra, e outras duas superficiais, que resultam da interacção das ondas internas com a superfície.
Ondas Primárias ou Ondas P
Estas ondas são caracterizadas por:
- Possuírem a maior velocidade
- Serem as primeiras a serem dissipadas no foco
- Possuírem um movimento longitudinal , pois as partículas do meio vibram na mesma direcção da propagação da onda
- Distenderem e comprimirem a matéria, alterando o seu volume
- Propagam-se em meios sólidos, líquidos e gasosos, perdendo velocidade à medida que passam de sólidos para líquidos e de líquidos para gasosos

Ondas Secundárias ou Ondas S
Estas ondas são caracterizadas por:
- Possuírem menor velocidade do que as ondas P
- Possuírem um movimento transversal, ou seja, as partículas do meio vibram perpendicularmente à direcção da propagação da onda
- Deformarem a matéria, sem alterarem o seu volume (ondas de corte)
- Propagarem-se somente em meios sólidos

Ondas de Love
Estas ondas são caracterizadas por:
- Propagarem-se somente em sólidos
- Varrerem a superfície terrestre, horizontalmente, da direita para a esquerda, através de movimentos de torsão

Ondas de Rayleigh
Estas ondas são caracterizadas por:
- Propagarem-se em meios sólidos e líquidos
- Agitarem o solo segundo uma trajectória elíptica, semelhante às ondas do mar

Formas de detectar as ondas sísmicas
Com o avançar da tecnologia foram dispostos alguns instrumentos que permitiram a detecção das ondas sísmicas. O aparelho que permite este registo é denominado sismógrafo, sendo um aparelho bastante preciso e que regista toda essa vibração em sismogramas (registo feito em papel pelos sismógrafos do movimento do solo).
Curiosidade: Numa estação sismográfica existem, geralmente, três sismógrafos, onde cada um desempenha uma função distinta. Um regista os movimentos verticais e outros dois registam os movimentos horizontais.


Um sismógrafo é, na ausência de quaisquer vibrações, constituído por rectas paralelas. Contudo, estas rectas paralelas são raras,já que a Terra está constantemente a ser perturbada por microssismos, isto é vibrações de pequenas amplitudes.
As primeiras ondas a serem detectadas são as ondas P, depois as ondas S e só depois as ondas superficiais.
Em determinados momentos, os sismógrafos traçam uma série de picos sobre o papel milimétrico, o que indica que a Terra tremeu. Com o intervalo de tempo (S-P), que separa o registo das ondas P e S, permite calcular, para cada estação sismográfica, a sua distância ao epicentro (distância epicentral), recorrendo a gráficos de tempo-distância.
Uma vez definida a distância epicentral para várias estações sismográficas (pelo menos três), poderá localizar-se o epicentro num mapa, pela intersecção de circunferências centradas nessas estações sismográficas e com os raios equivalentes às respectivas distâncias epicentrais.

Formas de medir um Sismo
Para distinguir a intensidade e a magnitude dos sismos, foram criadas duas escalas: Escala de Richter e a Escala de Mercalli Modificada.
Escala de Mercalli Modificada
Esta escala é denominada escala qualitativa, ou seja, traduz-se a partir dos danos causados pelo sismo, sendo, por isso, bastante imprecisa. Esta mede a intensidade e varia entre 12 graus, sendo I um sismo que só é detectado pelos sismógrafos e XII um sismo onde ocorre a destruição total da paisagem. A intensidade varia ao longo do tempo, distância, litologia, entre outro factores.
Curiosidade: No início, Mercalli propôs, em 1902, uma escala com apenas 10 intensidades. A extensão para 12 graus foi apenas proposta, por Cancani, momentos mais tarde. Todos estes graus só foram caracterizados , exaustivamente, em 1912, por Sieberg. Devido a isto, esta escala é também conhecida como escala de Mercalli-Cancani-Sieberg (MCS).

Escala de Richter
Esta escala é denominada escala quantitativa, pois determina a quantidade de energia libertada a partir do foco, determinando a sua magnitude. Esta escala não possui um valor limite, no entanto poucos foram os sismos que ultrapassaram a magnitude 9. Esta magnitude não varia ao longo do tempo, distância, litologia, entre outros.
Curiosidade: Sismos com mais do que 9 de magnitude, acontecem, geralmente, apenas uma vez por ano.

Carta de Isossistas
Com a determinação da intensidade e do epicentro dos sismos, é possível traçar um mapa de isossistas, sendo este mapa as linhas que unem os pontos onde a intensidade de um sismo se determina idêntica.

Como é possível verificar, as linhas de uma carta de isossistas podem ser preenchidas ou a tracejado. As linhas preenchidas são as linhas onde a intensidade é conhecida e determinada, enquanto que as linhas a tracejado são as linhas onde a intensidade não é conhecida ou não foi possível determinar, sendo apenas uma linha provável de isossistas.
Sismos numa placa oceânica
O epicentro/foco de um sismo pode ser encontrado, tanto numa plataforma continental, como numa oceânica. Caso o epicentro se encontre no segundo tipo de placa, então vai ocorrer a formação de ondas gigantes, denominadas maremotos, raz da maré ou tsunamis, podendo mesmo atravessar um oceano inteiro e vir rebentar na zona costeira. Estas ondas possuem uma velocidade directamente proporcional à profundidade do oceano, ou seja, a velocidade diminui à medida que nos aproximamos da costa.
Alguns destes tsunamis podem ser desencadeados devido às erupções vulcânicas, já que é um modo dos oceanos libertarem a energia recebida.


Sismicidade Inter e Intraplaca
Como foi referido anteriormente, os maiores sismos ocorrem em limites de placas. Esses limites podem ser tanto convergentes como divergentes, podendo o contacto ser entre placas oceânicas e continentais, ou mesmo placa oceânica com oceânica, ou ainda placa continental com continental.
Convergência
Convergência entre Placa Oceânica e Continental
Uma placa oceânica, por ser mais densa, ao colidir com uma placa continental, mergulha sobre esta mesma. É exactamente este arrastamento para o interior da geosfera, que faz com que se acumulem imensas tensões e gerem imensos simos.
Exemplo: A actividade sísmica no Japão ocorre devido à Placa do pacífico mergulhar sobre a Placa Euroasiática

Convergência entre Placas Continentais
Duas placas continentais chocam, fazendo, normalmente, com que se criem cadeias montanhosas. Estas placas vão se empurrando mutuamente, originando tensões que mais tarde formarão sismos.
Exemplo: A Índia terá sido um continente isolado que terá chocado com a Ásia. Deste choque entre as placas Euroasiática e Indo-Australiana, resultou a formação dos Himalaias. Nestas placas ocorrem a acumulação de tensões que explica o facto de ocorrerem diversos sismos no Nepal, China, Afeganistão, entre outros.
Convergência entre Placas Oceânicas

Duas placas oceânicas, ao colidiram uma com a outra, vão fazer com que a mais densa mergulhe sobre a menos densa, fazendo com que sejam criadas diversas tensões, capazes de desencadear violentos sismos.
Exemplo: Nas ilhas Aleutas e no Arquipélago Indonésio, todos os sismos são desencadeados devido a este contacto entre placas oceânicas
Divergência
Divergência de Placas Oceânicas
Um rifte separa as duas placas oceânicas, exercendo imensas tensões às cadeias montanhosas que se encontram em volta deste, dorsal-médio-oceânica, ocorrenco imensos sismos.
Curiosidade: 10% dos sismos que afetam a Terra ocorrem neste alinhamento do fundo dos oceanos

Divergência de Placas Continentais
Duas placas continentais separam-se, sendo provocadas imensas tensões e sendo provocados imensos sismos.
Exemplo: Na África, um rifte (Rifte Valley Africano), que já se encontra em actuação à milhões de anos, separa o continente africano, fazendo com que a sismicidade dessa região sejam afectada pelas tensões obtidas neste rifte.

Cisalhamento
Contacto com Deslizamento entre duas placas
Duas placas, devido a falhas activas, deslizam entre si, sem destruir ou construir placa, fazendo com que os blocos rochosos obtenham imensas tensões e ocorram grande actividades sísmicas.
Exemplo: A falha de Santo André, na Califórnia, marca a fronteira entre a Placa Pacífica e a Norte-Americana, ocorrendo grande tensões entre essas placas.

Sismicidade em Portugal
Portugal Continental, a termos tectónicos, situa-se na Placa Euroasiática, limitada a sul pela Falha Açores-Gibraltar (a qual corresponde à fronteira entre as placas Eurasiáticas e Africana) e, a oeste, pela Dorsal Médio-Atlântica. O movimento das placas caracteriza-se pelo deslocamento para norte da Placa Africana e pelo movimento divergente na dorsal atlântica.
Devido a este complexo contexto tectónico, pode-se afirmar quer Portugal tem grandes riscos de actividade sísmica. Mesmo assim, não se têm registado grandes sismos em Portugal, prevendo-se que se esteja a acumular uma grande tensão nestas placas, o que fará libertar uma quantidade de energia destrutiva por todo este país.
Já na Madeira, mesmo existindo um sismo registado de intensidade VI, pode-se concluir, por estar situada na Placa Africana, que o seu risco sísmico é menor. Já nos Açores, o risco aumenta bastante, já que esta ilha possui um enquadramento tectónico bastante complexo, nomeadamente, à Falha da Glória, ao Rifte de Terceira, à Dorsal Médio-Atlântica, bem como um sistema de fracturas associado.
Minimização dos riscos sísmicos
Para se tentar minimizar todos os riscos que um sismo poderá causar, pode-se utilizar algumas medidas de prevenção, tais como:
- Identificação das zonas de risco
- Identificação das falhas activas
- Levantamento das edificações e avaliação do deu nível de risco
- Aplicação das normas de construção anti-sísmica
- elaboração de uma carta de isossistas onde se determine intensidade máxima
Estudo do Interior da Terra
Com o avanço da tecnologia foi possível a descoberta do interior da Geosfera, tanto por métodos directos como por métodos indirectos. A Sismologia e a Vulcanologia, que já foram estudados, são um método indirecto e um método directo (quando se refere ao material magmático expelido pelo vulcão) do estudo do interior da Terra. Agora, nesta parte, vamos nos aprofundar mais no Geomagnetismo e na Geotermia, que são dois métodos indirectos do estudo do interior da Terra, no entanto existem muitos mais métodos.
Geomagnetismo
A Terra é cercada por um campo de forças magnéticas, denominada magnetosfera. Devido a isto, podemos perceber melhor a composição e as características físicas do núcleo externo, já que este o influencia, na medida em que funciona como um enorme electroíman.
No rifte, onde ocorre a constante libertação de magma, os basaltos, que são as rochas originadas devido à consolidação rápida do magma no rifte, são ricos em minerais ferromagnesianos. Estes minerais têm a capacidade de registar a polaridade do campo magnético terrestre aquando da sua formação. Ao longo do rifte é possível observar diversas "listras" de basaltos com diferentes magnetizações, podendo esta ser uma anomalia negativa, quando a magnetização da rocha é contrária ao campo magnético actual, ou uma anomalia positiva, quando o basalto têm inscrita uma magnetização coincidente à magnetização actual. Devido a esta diversificação de magnetização, é possível perceber o paleomagnetismo, demonstrando que o magnetismo terrestre têm mudado ao longo do Milhões de Anos. Às simétricas bandas observadas nos fundos oceânicos de um lado e de outro do rifte com distintas magnetizações, é denominado inversões magnéticas.
Curiosidade: O Paleomagnetismo é uma das fontes utilizadas para comprovar a teoria da tectónica de placas, que já foi referida, anteriormente, neste E-Portefólio.


Geotermia
A Geotermia, como já foi referido, é um método de estudo do interior da Terra.
A variação da temperatura com a profundidade designa-se por gradiente geotérmico. Este aumento da temperatura é um aumento não gradual. Em Portugal, este aumento é constante até aos 27 metros, passando depois a aumentar 1ºC por cada 33 metros percorridos em profundidade. Pensa-se que até cerca de 1350ºC, existe um aumento acentuado de 30ºC a 40ºC por quilómetro, sendo menor a partir daí. Isto acontece, devido à forma como o calor é transmitido,sendo transmitido por condução, retendo mais calor até aos 1350ºC, e depois disso por convecção. Assim, porque a condução retém mais calor, as zonas mais superficiais da Terra apresentam um maior gradiente geotérmico.

O Fluxo Geotérmico quantifica o calor que se liberta à superfície por transferência do interior da Terra e é superior em zonas de elevado gradiente geotérmico.
O Grau Geotérmico corresponde ao número de metros que é necessário percorrer em profundidade, abaixo da zona de temperatura constante , para que a temperatura aumente 1ºC.
Devido a os dados sobre o gradiente geotérmico e aos dados sobre o gradiente geobárico, variação da pressão com a profundidade, é possível perceber qual o estado físico dos materiais existentes no interior da Terra.


Modelos da Estrutura Interna da Terra
Através dos diversos métodos directos e indirectos, foi possível distinguir e perceber que o interior da Terra é constituída por materiais, que também estariam em estados da matéria diferentes. Com esta descoberta, foi possível determinar diferentes camadas da Terra, sendo também criados dois modelos da estrutura interna da Terra, Modelo Químico e Modelo Físico.
Modelo Físico e Químico do Interior da Terra
Nestes dois modelos da Terra, criados a partir do estudo do interior da Terra, por métodos directos ou indirectos, estão apresentados as diversas camadas constituintes da Terra, do lado direito o modelo Físico, e do lado esquerdo o Modelo Químico. Estes dois são diferentes, pois no Modelo Físico, as camadas alteram-se devido ao seu estado da matéria, enquanto no modelo Químico, as camadas alteram-se devido à sua composição química. Outra coisa bastante eminente neste dois modelos é a existência de descontinuidades.
Ainda, nesta imagem, podemos ver a velocidade a que as ondas, ondas P e S, se propagam no interior da Terra. Esta alternância da velocidade das ondas deve-se à mudança do estado da matéria da camada onde estas se propagam e a composição química desta mesma. Por exemplo, como o núcleo é uma camada bastante líquida e com uma composição química distinta das outras camadas, então as ondas P vão diminuir a sua velocidade, já que, como já foi referido anteriormente, estas onda têm uma propagação mais lenta nos líquidos. Já as ondas S não se propagam, pois estas só se propagam em sólidos e o Núcleo Externo é praticamente líquido.

Descontinuidades
As descontinuidades existem na passagem de uma camada com diferente composição química e estado físico de matéria.
Descontinuidade de Moho
A Descontinuidade de Moho é a primeira das descontinuidades e é a superfície que separa a Crosta do Manto.
Esta descontinuidade encontra-se a uma profundidade de cerca de 30 quilómetros dos continentes, podendo no entanto chegar até aos 70 quilómetros de profundidade das grandes cadeias montanhosas. Sob a crosta oceânica, esta profundidade é capaz de atingir os 5 quilómetros.

Descontinuidade de Gutenberg
A Descontinuidade de Gutenberg é a segunda descontinuidade e é a superfície que separa o Manto do Núcleo Externo. Esta descontinuidade encontra-se a 2900 quilómetros de profundidade.

Descontinuidade de Lehmann
A Descontinuidade de Lehmann é a terceira superfície que separa o Núcleo Externo do Núcleo Interno. Esta Descontinuidade encontra-se a uma profundidade aproximada de 5000 quilómetros.

Composição da Estrutura Interna da Terra
Como já foi referido anteriormente, as camadas da Terra possuem diferentes estados da matéria, possuindo também diferentes composições químicas. Nas seguintes imagens estão representas as diferentes composições das camadas internas da Terra.


Zonas de Sombra das Ondas Sísmicas
Como já foi estudado, as diferentes camadas da Terra possuem diferentes composições químicas e diferentes estados da matéria. As ondas sísmicas P e S também só se propagam em certos estados da matéria. Devido a isto, vão ocorrer zonas de Sombra das ondas Sísmicas, ou seja, zonas no Planeta Terra, onde não vão ser detectadas ondas sísmicas.

As ondas S, como não ultrapassam corpos no estado sólido, ao contactarem com o Núcleo Externo, vão ser reflectidas e refractadas, acabando por ter uma zona de sombra entre os 103º e os 180º do foco. Já as Ondas P, como se propagam em todos os meios, ao contactarem com o Núcleo Externo, vão ser refractadas e reflectidas, no entanto a sua zona de sombra será apenas entre os 103º e os 143º do foco.
Biologia
A Biologia é a ciência que se dedica ao estudo da vida e dos fenómenos que estão intimamente relacionados com ela. A Biologia, como muitas outras ciências experimentais, utiliza o método cientifico. Este método, perante problemas, desenvolve hipóteses. Estas hipóteses serão submetidas a experimentação, com o intuito de tentar obter teorias que procuram interpretar os fenómenos observados.
Organização Biológica
Os sistemas biológicos estão organizados de uma forma crescente de unidade estrutural e funcional:
Átomo -> Moléculas -> Organelo -> Célula -> Tecido -> Órgão -> Sistema de Orgãos -> Organismo -> Sociedade -> População -> Biocenose -> Biosfera
- Átomo - Unidade básica da matéria que consiste num núcleo central de carga eléctrica positiva envolto de uma nuvem de electrões de carga eléctrica negativa
- Moléculas - Conjunto de pelo menos dois átomos
- Organelo - Estruturas que constituem as células
- Célula - Unidade estrutural e funcional da vida
- Tecido - Conjunto de células idênticas e com funções semelhantes
- Órgão - diferentes conjuntos de tecidos
- Sistema de Órgãos - Conjunto de Órgãos
- Organismo - Conjunto de Sistema de Órgãos que cooperam entre si
- Sociedade - Organismos idênticos capazes de se cruzarem entre si e originarem descendentes férteis
- População - Seres vivos pertencentes à mesma espécie e que habitam numa determinada área, num determinado momento
- Biocenose - Indivíduos de espécies diferentes que habitam uma mesma área e estabelecem relações entre si
- Biosfera - Camada Superficial terrestre capaz de suportar a vida
Teias e Cadeias Alimentares
Dentro de um ecossistema, os seres vivos estão condicionados por diferentes factores. Estes podem ser de natureza abiótica (factores abióticos) ou de natureza biótica (factores bióticos). A vida de um ser vivo depende não só dos factores abióticos, nomeadamente da temperatura, da luminosidade, da humidade e das características do solo, mas também de factores bióticos. De facto, a vida de uma população - conjunto de indivíduos da mesma espécie, existentes no mesmo local - depende das relações que esta consegue estabelecer no seu seio, bem como das que mantém com as outras populações, que constituem a comunidade, do ecossistema. Das relações bióticas fazem parte as relações alimentares que interligam todos os seres do ecossistema, através de complicadas teias alimentares, onde se podem isolar várias cadeias alimentares.
Entre os seres vivos ocorrem diversas relações tróficas (alimentares), que envolvem transferência de matéria e de energia. A todas estas relações tróficas, dá-se o nome de cadeia alimentar. Assim, uma cadeia alimentar é sequência de seres vivos que se relacionam a nível alimentar. Por outro lado, todas as relações alimentares que se estabelecem entre as espécies e uma determinada comunidade, denomina-se teia alimentar ou rede trófica.

Nas teias alimentares podem ser considerados a existência de três categorias de seres vivos de acordo com as estratégias de obtenção de alimento :
- Produtores - Seres vivos que são capazes de produzir matéria orgânica a partir de matéria inorgânica, utilizando, sempre, uma fonte de energia exterior a si. Estes seres são denominados seres autotróficos, pois produzem o seu próprio alimento a parir da matéria inorgânica.
- Consumidores - Seres que são incapazes de produzir matéria orgânica a partir de matéria inorgânica. Estes seres são seres heterotróficos, pois alimentam-se directa ou indirectamente da matéria produzida pelos Produtores.
- Decompositores - Seres vivos que obtêm a matéria orgânica a partir de outros seres e decompondo-a em matéria inorgânica, assegurando sempre a devolução dos minerais, inicialmente usados pelos produtores, ao meio. Esta matéria orgânica é, por exemplo, cadáveres e excrementos.



Cada população representa um elo de uma cadeia alimentar. As alterações numéricas numa determinada população reflectem-se nos restantes elos da cadeia alimentar, provocando desequilíbrio nos ecossistemas.
Extinção e Conservação
A análise da história da vida na Terra demonstra que esta tem sofrido grandes alterações, que podem ser caracterizadas por:
• aumento progressivo da complexidade e diversidade dos seres vivos;
• extinções em massa, pontuais, de algumas formas de vida.
Presentemente, a extinção das espécies não é apenas um fenómeno natural, mas também um fenómeno provocado directa ou indirectamente pelo Homem. As causas actuais de risco de extinção são diversificadas mas incluem, na sua maioria, a acção directa ou indirecta do Homem. São causas de risco de extinção de espécies:
• a destruição dos diferentes habitats, devido a diversos fenómenos, designadamente: desflorestação, construção de estradas, fogos, turismo intensivo e poluição;
• a introdução de novas espécies em determinados habitats. Estas novas espécies poderão ser parasitas, predadores, ou entrar em competição com as espécies endémicas, alterando o seu equilíbrio;
• a procura excessiva de determinadas espécies, através da caça e da pesca. Esta procura poderá ser motivada por fins alimentares, para vestuário, ou apenas para peças de adorno;
• as alterações das condições ambientais provocadas por agentes poluentes, como, por exemplo, as chuvas ácidas e o aquecimento global.
As consequências da extinção de espécies, para a Humanidade e para todo o planeta, são:
• perda de biodiversidade (que conduz a uma menor capacidade de resposta às alterações do meio);
• alterações nas paisagens;
• mudanças no equilíbrio dos ecossistemas;
• possíveis alterações ao nível da regulação dos ciclos da matéria (carbono, azoto, oxigénio e água);
• possíveis alterações na qualidade dos solos;
• diminuição no fornecimento de alimentos (por exemplo, pescado) e matéria-prima para a produção de diversos bens, nomeadamente, medicamentos.
Estando o Homem consciente das graves consequências resultantes da extinção das espécies, deverá actuar no sentido da conservação da biodiversidade. Esta acção poderá ser concretizada:
• anulando, diminuindo ou controlando as causas que provocam a extinção das espécies;
• criando locais onde a actividade humana seja anulada ou pelo menos controlada, nomeadamente áreas protegidas, parques e reservas naturais ou integrais.
Diversidade Biológica
Actualmente, na Terra, estima-se que existam cerca de 30 milhões de espécies de organismos. Alguns são seres procariontes, formados por células procarióticas (constituídos por uma única célula sem núcleo) e outros são seres eucariontes, formados por células eucarióticas (células mais complexas, com um núcleo organizado e delimitado por uma membrana). Este dois tipos de seres, procarionte ou eucariontes, podem ser unicelulares (constituídos por uma só célula), ou pluricelulares (constituídos por diversas células).
Para facilitar a compreensão da evolução da vida na Terra e da actual diversidade dos seres vivos, os biólogos utilizam sistemas de classificação, agrupando os organismos de acordo com as suas relações filogenéticas.
Um dos sistemas de classificação mais célebres e mais utilizado é a classificação de Whittaker, proposto por por Whittaker, em 1979.


Células
Com a evolução da tecnologia, foi possível arranjar materiais que conseguiram ampliar imagens diversas vezes, fazendo com que consigamos observar as células de tudo. Um destes exemplos de avanço tecnológico é a invenção do microscópio composto em 1590.

Teoria Celular
A Teoria Celular foi enunciada em 1838/1839 por Schleiden e Schwann. Nesta teoria inovadora, foram enunciadas diversos pressupostos:
- A célula é a unidade básica estrutural e funcional de todos os seres vivos (isto é, todos os seres vivos são constituídos por células, onde ocorrem os processos vitais).
- Todas as células provêm de células pré-existentes.
- A célula é a unidade de reprodução, de desenvolvimento e de hereditariedade dos seres vivos.
Unidade Estrutural e Funcional
Como já foi referido anteriormente, a célula é a unidade básica estrutural e funcional da vida. Estes organismos podem ser unicelulares, constituídos por uma única célula, ou pluricelulares, constituídos por diversas células, organizados em diversos tecidos com diversas funções.
No entanto, estas células possuem uma grande diversidade morfológica e funcional. Estas células podem ser:
- Procarióticas, sendo estas as mais simples, onde o ADN está disperso no citoplasma. Estas células procarióticas estão presentes, por exemplo, nas bactérias ou nas cianobactérias.
- Eucarióticas, sendo estas mais complexas, onde o núcleo está envolto por uma membrana. Estas células estão presentes, por exemplos, nas plantas ou nos esquilos.



Pensa-se que todas estas células eucarióticas evoluíram de células procarióticas. Pensa-se isto, pois a célula eucariótica possui um núcleo delimitado por uma membrana.
Constituição das Células Eucarióticas
As células apresentam uma grande diversidade morfológica, de acordo com a sua função e como organismo a que estas pertencem. Com a utilização dos microscópios, foi possível identificar alguns dos constituintes das células (organelos). Todas as células possuem organelos distintos umas das outras, no entanto existem três constituintes fundamentais às dois células eucarióticas, animal e vegetal: Membrana, Citoplasma e Núcleo.


Organelos e as suas funções
- Complexo de Golgi - Conjunto de cisternas achatas e de vesículas, que intervêm em fenómenos de secreção.
- Ribossomas - Pequenas estruturas, constituídas por duas porções, grande e pequena subunidade, por vezes, associados as retículo endoplasmático. Este organelo é essencial para a síntese de proteínas.
- Retículo endoplasmático - Sistema de sácuolos, vesículas e canalículos. Este Retículo endoplasmático divide-se em Retículo endoplasmático rugoso e liso. O retículo endoplasmático rugoso faz a síntese de proteínas, lípidos e hormonas, sendo constituído por ribossomas, enquanto o retículo endoplasmático liso faz o transporte de proteínas e de outras substâncias.
- Membrana Plasmática - Envolve toda a célula, mantendo a sua integridade. Esta é responsável por delimitar o meio intracelular e extracelular e por fazer trocas entre estes dois meios.
- Citoplasma - É limitado pela membrana celular e tem o aspecto de uma massa semifluida. Nesta estão dispersos diversos organelos.
- Núcleo - É o maior organelo celular e encontra-se delimitado por uma membrana com poros (invólucro celular), que permite a comunicação entre o núcleo e o citoplasma. Dentro deste encontra-se a cromatina imersa num liquido (núcleo-plasma). Por vezes também se encontra uma estrutura esférica (nucléolo), constituída por proteínas e ácidos nucleicos. Este organelo comanda e controla todas as actividades celulares.
- Mitocôndria - Este organito é constituído por uma dupla membrana (interior e exterior), sendo responsável por toda a respiração celular e pela obtenção de energia.
- Cloroplasto - Organitos constituídos por duas membranas onde se encontram pigmentos fotossintéticos que intervêm na fotossíntese, processo de obtenção de matéria orgânica feito pelos seres fotoautotróficos.
- Citoesqueleto - Este organito é composto por uma rede de fibras intercruzadas, que permitem manter toda a forma da célula.
- Parede Celular - Estes organelos são uma parede rígida que envolvem um certo tipo de células, dando-lhes protecção, estrutura e suporte.
- Vacúolos - Organelos com diferentes tamanhos. Encontram-se envoltos por uma membrana e armazenam pigmentos, açucares, proteínas, gases e outras substâncias.
- Centríolos - Estruturas cilíndricas constituídos por microtúbulos. Estes intervêm na divisão celular.
- Lisossomas - Estruturas esféricas rodeadas por uma membrana simples. Contêm enzimas no seu interior que intervêm na digestão de moléculas e de estruturas celulares.
- Flagelo - Apêndice que ajuda na movimentação da célula.
- Membrana Nuclear - Estrutura que envolve o núcleo, separando o conteúdo nuclear, principalmente o DNA, do citoplasma.
Constituição das Células Eucarióticas Animais
As células eucarióticas animais possuem uma composição distinta das células eucarióticas vegetais. Este tipo de células possui:
- Centríolos, exclusivos deste tipo de célula
- Citoesqueleto, exclusivo deste tipo de célula
- Vacúolos de pequenas dimensões
- Núcleo
- Membrana Plasmática
- Mitocôndrias
- Ribossomas
- Complexo de Golgi
- Citoplasma
- Retículo endoplasmático
- Lisossomas
- Membrana nuclear
Constituição das Células Eucarióticas Vegetais
Já no caso das células eucarióticas vegetais existem:
- Membrana Plasmática
- Núcleo
- Citoplasma
- Ribossoma
- Retículo endoplasmático
- Complexo de Golgi
- Vacúolos de grande dimensões
- Cloroplastos, exclusivo deste tipo de célula
- Parede Celular, exclusivo deste tipo de célula
- Mitocôndrias
- Membrana Nuclear
Constituição das Células Procarióticas

Organelos de uma Célula Procariótica
- Cápsula - É uma camada rígida com bordas bem definidas. Encontra-se antes da parede celular onde a sua função é proteger a célula.
- Parede Celular - Uma parede rígida que envolvem um certo tipo de células, dando-lhes protecção, estrutura e suporte
- Membrana Celular - Envolve toda a célula, mantendo a sua integridade. Esta é responsável por delimitar o meio intracelular e extracelular e por fazer trocas entre estes dois meios
- Nucleóide - É uma organelo uniforme onde se encontra toda a informação genética dispersa no citoplasma
- Ribossomas - Pequenas estruturas, constituídas por duas porções, grande e pequena subunidade, por vezes, associados as retículo endoplasmático. Este organelo é essencial para a síntese de proteínas
- Citoplasma - É limitado pela membrana celular e tem o aspecto de uma massa semifluida. Nesta estão dispersos diversos organelos